● Ao longo dos últimos 8 anos (2015 a 2022) foram lançados 14 editais de inovação empresarial, somando mais de R$ 39,7 milhões investidos e 228 empresas/pesquisadores contemplados. Alguns desses editais são descritos a seguir.

● O Programa Funcap-Inovafit se destina a apoiar, por meio de subvenção econômica (recursos não-reembolsáveis), o desenvolvimento de produtos e processos inovadores por empresas brasileiras sediadas no Ceará.

● Ele tem foco em áreas importantes para o Estado, como Água, Energia, Segurança Pública, Saúde/Biotecnologia/Fármacos, Educação, Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), Agronegócio/Indústria alimentar, Eletrometal-Mecânico/Materiais/Nanotecnologia, Indústria da Construção Civil e Pesada, Economia Criativa, Inovação Social e Saneamento.

● Além dessas áreas são privilegiados pelo edital temas considerados disruptivos como Inteligência Artificial, Indústria 4.0, Coleta e análise de dados (Big Data), Internet das Coisas (IOT) e Cidades Inteligentes (Smart Cities).

● Na Fase I do Inovafit são apoiados projetos em desenvolvimento inicial e passíveis de posterior melhoramento (inclusive para eventual submissão à FASE II).

● Essa fase tem duração de 6 meses e, ao final do período, cabe à equipe desenvolvedora a apresentação da viabilidade técnica da proposta, incluindo um Produto Mínimo Viável (MVP, do original Minimum Viable Product), seja ele um produto propriamente dito, um processo ou um serviço inovador, que possibilite testar e validar as hipóteses fundamentais do negócio junto ao mercado.

● Já na Fase II, o ponto de partida é o Produto Mínimo Viável (MVP), com o qual as empresas tentarão acessar o mercado.

● Nesta etapa, o edital tem como um dos objetivos estimular a cooperação entre empresas e pesquisadores para a formação de estudantes de pós-graduação por meio do envolvimento deles nos projetos inovação - inclusive através de estágios nessas empresas, capacitando mão de obra de alto nível para o mercado de trabalho no Ceará.

● De 2015 a 2022 foram lançados 6 editais Inovafit, sendo 3 correspondentes à Fase I e 3 à Fase II. Ao todo 148 projetos foram contemplados, somando R$ 23,1 milhões de recursos investidos.

● Lançado em 2019, o programa tem como objetivo estimular, através de subvenção econômica (recursos não reembolsáveis), o empreendedorismo inovador por meio de capacitações para o desenvolvimento de produtos e processos, gerando empresas que incorporem novas tecnologias a setores econômicos estratégicos do Ceará.

● Foram destinados, em apoio às propostas aprovadas, recursos no valor de R$ 2.216.000,00, sendo R$ 1.108.000,00 do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT/Finep) e R$ 1.108.000,00 como contrapartida da Funcap. Ao todo 26 projetos foram contemplados.

● Lançado em 2020, o programa tem como objetivo apoiar, por meio de subvenção econômica (recursos não-reembolsáveis) o desenvolvimento de produtos ou processos inovadores em empresas já atuantes no mercado para o desenvolvimento dos seguintes setores econômicos, considerados estratégicos nas políticas públicas federais e de inovação do Ceará: Água, Energia, Segurança Pública, Saúde/Biotecnologia/Fármacos, Educação, Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), Agronegócio/Indústria alimentar, Eletrometal-Mecânico/Materiais/Nanotecnologia, Indústria da Construção Civil e Pesada, Economia Criativa, Inovação Social, Saneamento, Inteligência Artificial, Indústria 4.0, Coleta e análise de dados (Big Data), Internet das Coisas (IOT) e Cidades Inteligentes (Smart Cities).

● O Tecnova II recebeu um orçamento de R$ 4,2 milhões, sendo R$ 2,8 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT/Finep) e R$ 1,4 milhão da Funcap. Foram aprovados 17 projetos.

● Lançado em 2018, o Conecta tem como objetivo subvencionar projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de pequenas empresas sediadas no Ceará ou de pesquisadores de Instituições de Ensino Superior (IES) e Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs), também do Ceará, para construir competências científicas e tecnológicas, incentivar alianças estratégicas para o desenvolvimento, promover a disseminação do conhecimento e gerar resultados com potencial para aplicações com valor de mercado.

● Foram publicados dois editais com o programa com a Cegás: 06/2018 - Funcap – Cegás e 09/2018 - Funcap - Cegás. Os problemas abordados foram os seguintes:
○ “Desenvolvimento de estrutura de caixa enterrada em leito carroçável, leve e de alta resistência (com tampas de 50 a 200 kg menos espessas, mais duráveis e com dispositivos facilitadores de abertura)”;
○ “Análise da eficiência de combustão em fornos a partir de diferentes cenários de mistura de Gás Natural e Gás Natural Renovável (GNR)”;
○ “Métodos/ensaios de identificação de perda de espessura em tubulação”.

● Ao todo foram investidos R$ 600 mil, com 3 pesquisadores contemplados.

● Em 2021, também como parte do Conecta, a Funcap lançou dois editais em parceria com a Cegás e a Cagece. A parceria firmada com as duas empresas teve como intuito fomentar, através da subvenção econômica (recursos não reembolsáveis), o desenvolvimento de produtos e processos inovadores para as áreas de interesse para elas e para o Governo do Estado.

● Nestes dois foram investidos R$ 2,5 milhões, sendo R$ 500 mil destinados aos projetos do edital com a Cegás e R$ 2 milhões aos projetos do edital com a Cagece.

● O edital com a Cegás teve investimentos direcionados aos seguintes temas:
○ Sistema de cadastro e navegação nos ativos;
○ Definição dos locais para controle, através de sistema de monitoramento da dispersão do biometano;
○ Otimização do processo de leitura do consumo de clientes residenciais e comerciais;
○ Estudo energético da injeção de hidrogênio nas redes de distribuição de gás canalizado.

● Já o edital lançado em parceria com a Cagece abordou o tópicos a seguir:
○ Sistema compacto de tratamento e recuperação de rejeito de estações de tratamento de água, eficiente, de baixo custo e elevada facilidade operacional;
○ Estações de tratamento de esgoto eficientes, compactas, de baixo custo e elevada facilidade operacional;
○ Modelo de contribuição de água pluvial em rede coletora de esgoto;
○ Redução de perdas de água em redes e ligações domiciliares baseado em Inteligência Artificial;
○ Aproveitamento de lodo de estações de tratamento de esgoto;
○ Avaliação e reconstituição de estanqueidade de lagoas de estabilização;
○ Micro e macromedição de baixo custo em sistemas de abastecimento de água para redução de perdas; Estações de tratamento de águas eutrofizadas, eficientes, compactas, de baixo custo e elevada facilidade operacional;
○ Atualização de padrão de imóvel baseado em SIG;
○ Padrões de ligação de água à prova de fraude.

● Lançado em 2021, o edital teve como objetivo fomentar projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) com propostas de soluções para desafios globais que se manifestam na realidade local como temas estratégicos. Dentre eles se destacavam os seguintes: eficiência energética do setor industrial, parques eólicos offshore, fortalecimento, integração e interiorização da cadeia produtiva de energias, hidrogênio verde, mobilidade elétrica e Sistemas Ciberfísicos de Energia (e-CPSs).

● O edital contemplou propostas de empresas sediadas no Ceará e de pesquisadores vinculados a IES ou ICTs sediadas no Ceará.

● Ao todo foram investidos R$ 5 milhões de reais, com 15 projetos apoiados.

● Em 2018 a Funcap lançou o Programa Cientista Chefe, uma iniciativa inovadora em que tem como um dos principais objetivos conectar a ciência e a pesquisa com as necessidades da administração pública, beneficiando com aporte de conhecimento um conjunto de áreas consideradas de alta prioridade.

● A partir de demandas do governo, a Funcap atua como articuladora junto ao ecossistema de pesquisa e pós-graduação para configurar equipes qualificadas e capazes de se integrarem a secretarias ou órgãos da administração estadual.

● Desafios são identificados em conjunto e com isso estuda-se como a pesquisa científica pode contribuir, por meio de projetos com soluções concretas, para melhorar a eficiência e inovar os serviços públicos.

● Atualmente há 19 cientistas chefes em áreas como Saúde, Educação, Segurança Pública e Meio Ambiente. São mais de 100 projetos em andamento que congregam cerca de 1.000 bolsistas (pesquisadores e estudantes).

● Dentre os resultados obtidos, ferramentas desenvolvidas nas áreas de Segurança Pública e Educação geraram para o Estado uma economia, em aquisições evitadas de produtos do mercado, da ordem de R$ 110 milhões.

● No enfrentamento à pandemia da Covid-19, equipes dos cientistas chefes de dados e de saúde estruturaram informações que permitiram modelar e inferir a dinâmica do contágio e das ações de combate, subsidiando tecnicamente as tomadas de decisões do comitê gestor presidido pelo então governador Camilo Santana.

● Na área de meio ambiente, estão sendo desenvolvidos instrumentos (bases de dados, atlas, normativos), a partir do conhecimento científico dos ecossistemas, que buscam garantir a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais do Estado e a continuidade de diversas atividades econômicas que são mantidas pelo capital natural presente nos biomas marinho, na zona costeira, na Caatinga e nas serras úmidas.

● Os resultados do Cientista Chefe ultrapassaram as fronteiras do Ceará. Em um dos exemplos, um programa do Ministério da Justiça e Segurança Pública, baseado em Inteligência Artificial, contratou parte da equipe oriunda do programa para desenvolver tecnologias em nível nacional.

● Em outra experiência, os resultados obtidos na área da pesca constituem hoje uma base científica que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) usou para elaborar a portaria nacional que regulamenta a exploração de lagosta.

● Além disso, uma articulação institucional aprovou recentemente, em uma chamada nacional MCTI/Fapesp, um Centro de Referência em Inteligência Artificial envolvendo ciência de dados e saúde. Esta ação extrapolou a área de saúde e começa a se desdobrar em outras nas quais há uso intenso de dados, como Cidades Inteligentes.

● Dado o sucesso do Programa Cientista Chefe, cujos resultados se materializaram na qualificação das políticas públicas, ele foi institucionalizado como uma ação estratégica do Estado por meio da Lei Nº 17.378 de 04/01/2021, aprovada pelo poder Legislativo a partir de projeto elaborado pelo poder Executivo.

● O Cientista Chefe inaugurou uma nova forma de financiamento público da pesquisa e da pós-graduação por meio da articulação entre as demandas do poder público com as soluções disponíveis no ecossistema de ciência, tecnologia e inovação.

● As entregas e os desdobramentos do programa têm tido um efeito colateral positivo, que é a geração de spin-offs (produtos e soluções) a partir dos grupos de pesquisa envolvidos. Alguns desses produtos e soluções são demandados hoje.

● Dentre os exemplos podem ser citadas startups em processo de criação nas áreas de Educação (com vídeos de qualificação para professores e alunos visando o melhoramento da proficiência do ensino e indicadores de ciências e matemáticas) e de Infraestrutura (tecnologia de captação de imagem para indicação da qualidade viária).

● O Ceará, assim como outros estados brasileiros, focou seus esforços prioritários de inovação em medidas emergenciais para o enfrentamento da doença. Ações como a criação de um capacete de respiração assistida, a manutenção rápida de respiradores, a produção de face shields e máscaras descartáveis, além de projetos que oferecessem informações para tomadas de decisões estratégicas, foram cruciais para o combate à pandemia no Ceará.

● Um consórcio que envolveu Universidade Federal do Ceará, a Secretaria da Saúde, Escola de Saúde Pública (ESP) do Ceará, Funcap, Universidade de Fortaleza Unifor) e Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), desenvolveu o capacete de respiração assistida batizado de Elmo.

● O equipamento é um sistema de suporte respiratório não invasivo em formato de capacete transparente. Ele foi projetado para o atendimento de pacientes em tratamento de suporte aos pacientes com Insuficiência Respiratória Hipoxêmica (IRpA) causada pela Covid-19.

● Estudo clínico realizado no Hospital Leonardo da Vince revelou que a intubação foi evitada em 60% dos casos em pacientes com IRpA moderada a grave. Esses resultados foram fundamentais para aprovação, obtida na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para fabricação do Elmo em larga escala.

● O produto desenvolvido no Ceará recebeu o prêmio de projeto mais inovador no 9º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, realizado no início do ano. Além disso, a equipe responsável pelo projeto recebeu a Medalha da Abolição, comenda máxima do Governo do Estado.